Zizao chega ao Corinthians como primeiro passo de sonho ambicioso, mas sem planejamento

Zizao chega ao Corinthians como primeiro passo de sonho ambicioso, mas sem planejamento

Ganhar o mundo e ganhar a China. O Corinthians sonha alto e afirma que a contratação do meio campista Zizao pode ser um primeiro movimento no sentido de levar sua marca até o país mais populoso do planeta. O discurso realmente é grandioso. "O próximo passo do Corinthians é a internacionalização. E as semelhanças entre a nação corintiana e o povo chinês são extremamente grandes. São povos emotivos, trabalhadores, sofridos e que passam por grande fase", diz o vice-presidente corintiano e cabeça pensante do marketing do clube, Luís Paulo Rosenberg. "Temos certeza que a capacidade que temos de influenciar a história do futebol chinês é muito grande. É um vazio que ninguém ocupou. Qual o maior objetivo do Corinthians com isso? Grandeza." Atrás das palavras, no entanto, esconde-se um plano levado aos trancos e barrancos. O caminho que levaria o Corinthians à fama internacional ainda é nebuloso, e o clube 'patina' até nas ações mais simples. Como na festa de apresentação de Zizao, organizada de última hora. A notícia da chegada do estrangeiro foi dada no início da semana, e em poucos dias a diretoria se apressou para organizar o evento de boas-vindas, que aconteceu nesta quinta-feira, em um esvaziado anfiteatro do Parque São Jorge. Os próximos passos do ambicioso projeto corintiano também não são muito claros. O marketing alvinegro diz apostar nas ligações com políticos chineses para criar uma escola de futebol no país comunista e levar especialistas até lá. Se depender da relação que existe hoje com a comunidade chinesa, porém, o esboço deve demorar bastante para sair do papel. O clube ainda engatinha neste ponto e não sabe ao certo por onde começar para implementar suas ideias. Também não houve planejamento no que diz respeito ao futebol. Ainda no meio do ano passado, Rosenberg já anunciava o objetivo de contratar um chinês para o Corinthians. "Estou trazendo um moleque da seleção chinesa. É ruim de bola o desgraça. Mas não faz mal. A 'chinesada' vai pagar os tubos para passar o jogo na TV e vai comprar muitas camisas do Corinthians”, afirmou o cartola na época.